quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Possessividade

Quer o meu seu,
Quero o seu meu,
Quero o seu eu,
Quer o seu eu.

Quero sua minha,
Ser sua rainha,
Ser sua carrasca,
Não uma princesinha.

Eu quero muito, eu quero tudo,
Um pouco de cada, um bocado do mundo,
Muito do pouco, tudo do todo.

Quero pintar e bordar,
Tricotar cruzado de ponta-cabeça, de olhos fechados.
Quero me embebedar,
Quero não cansar de te amar num ritmo descompassado.
Quero morrer e fazer morrer ao meu lado...

Não te quero pra ninguém.
Eu te quero meu refém.
Meu cativo, meu coitado, meu, meu, meu.
Eu te quero a qualquer hora, sem demora,
E quero agora, vem?

Não vá fugir.
Você me pertence.
Não se engane, não se perca por aí.
Sua coleira está aqui.
E na minha mão...
Na minha mão...

Eu sou tua.
Então venha consumir.
Vem, pois a noite está fria...
E eu quero você aqui...
Agora.
Agora!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Enquanto dure a música...

...ou mesmo depois dela...
...sozinhos na multidão...
...e a mesma respiração...
...a batida nunca acaba...


~~


Na na na na na...

Se você quiser eu vou te dar um amor
desses de cinema
Não vai te faltar carinho,
plano ou assunto ao longo do dia
se você quiser eu largo tudo, vou pro mundo
com você meu bem
nessa nossa estrada só terá belas praias e cachoeiras

aonde o vento é brisa, onde não haja quem possa
com a nossa felicidade
vamos brindar a vida, meu bem
aonde o vento é brisa e o céu claro de estrelas
do que a gente precisa, é tomar um banho de chuva,
um banho de chuva
Ai, ai, ai...
Ai, ai, ai...
Ai, ai, ai...

Na na na....
[Ai, ai, ai... - Vanessa Da Mata]

sábado, 9 de agosto de 2008

08/08/08

Acaso a longo prazo...
Rotina que fascina...
Agosto de desgosto...
Amor desgraçado,
Que não rima com nada.

Um sorriso a cada beijo,
Uma angústia a cada distância.
Uma barba (ou sua falta) a cada queixo,
Um corpo a cada fragrância.

Um amor a cada esquina,
Uma música a cada dança,
Um menino (ou menina) a cada menina,
Ou vários (ou um de cada) pra quem não cansa.

Uma vida fodida,
Uma mente perdida,
Uma saúde poluída,
Amores pra colecionar,
Feridas pra sarar,
Muitas coisas pra pensar.

Recordações são carmas,
Fantasia, sempre só fantasia,
Realidade é dureza, fatalidade,
E droga é anestesia.

A graça é estar na pista,
Correr o risco à risca,
Fazer valer à pena por segundos,
E viver só, em um próprio mundo.

Mas a felicidade esperada e não chegada está na estrada.
Parada, estatelada, pasmada...
Com as tentativas suicidas de agarrá-la.

Viver intensamente tem sido sinônimo de jogar com a sorte...
Se não alcança a felicidade, alcança a morte.
Mas são otários os que acreditam nessa tal de felicidade...
O amor é que faz sentido de verdade...

A felicidade está em amar, no amor...
Mas a maior dor consiste na alegria de 'favor'.
A felicidade de plástico está no ar...
Vem de táxi, cartão de crédito e presentes pra dar.
O grande problema é negar.

Pois então, nunca esquecer:
A melhor forma de voar é amando intensamente.
Deixar a noite trazer à mente a figura de quem os olhos pedem desesperadamente.
Doente, doendo ou não, o amor é um jogo falido:
Você ganha, você perde... mas é divertido.

Folhas Secas

Depois das lágrimas secas, depois da chuva,
Depois do beijo da menina,
Depois de molhar-se a blusa
Depois do escasso orvalho na matina,
Toda a quebradiça e podre sequidão
Das folhas, amarelas, velhas, jogadas, despedaçadas,
Agora forro de chão.

Tudo o que resta tem muita cor...
De sangue.
Todo esse vermelho que acompanha o pôr-do-sol...
E me lambe...
Aconchega e chega com tudo só pra me deixar...
Faz questão de aterrorizar com doçura...
Doce e quente ternura...
Pavor.

Mas recolha...

Arrebente-se as cordas vocais!
Berre!
Seja! Tudo o que nunca foi, tudo que um dia se foi,
Não é em vão.
Se altere.
As folhas estão caídas no chão.
Não voltam mais.
E o vento leva... De um tal de Outono, pro Inverno... depois o Verão...
Mesmo que em pedaços sua alma grite 'NÃO!'
A culpa é sempre de quem abriu mão.

Logo as folhas cobrem todo o chão...
Logo se fecha o coração...
Aguça-se a visão...
Que faz-se arder a paixão.

O vermelho quente insitente,
Que iniste em apaixonar a gente...
Que se supera a cada dia, trazendo falsas alegrias...
Que faz de mim mulher, adulta, insana, criança,
Faz realidade fantasia, solidão má companhia,
Faz da fraqueza a esperança...

Mas recolha...

Um dia o vermelho passa...
Pelas mãos de quem caça...
Cores para pintar, pedaços para juntar...
Chances para amar...

Enquanto arde, enquanto dura, enquanto caem as folhas...
Recolha.
A visão é bonita...
Mas de uma forma ou de outra... dispersará.
E o vento leva...
Pra lá e pra cá...
Cá e lá...
Mas estão lá agora...
O lá é grande...
Mas o cá...
O cá demora...
Se for pra ficar.
Então...

Recolha...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Lágrimas Secas

"Sei que nada vai mudar,
As nuvens se transformam pra sempre se mudar."
Se for pra ir embora, vai.
Agora, embora, vai.
Vai embora eu não queira. Mas vai.
Fazer o quê se tudo passa? Dor também!
Mas felicidade... agora... vá embora.
Embora, vai, embora não quisesse agora.

Mude, vá, voe.
Solte-se. Podes.
Eu não.
Finja. Assuma.
Grite aos quatro ventos.
Ou eles mesmos vão dizer.
Bela viola/pão bolorento?
Quem disse? O vento! Garanto.

Mas deixe. Amo. O amo. Amo amar.

O vento seca as lágrimas.
E leva embora o que outrora, não agora, era pra ficar.